Durante a minha participação no Festival da Cultura da Vida (17 a
21 set 2013) com o Dr. Gabriel Cousens lhe perguntei o que ele acha do
uso do iodo para higienização e extração de agrotóxicos dos alimentos de
cultura convencional. Na verdade sobre o uso de halogênios de forma
caseira…
Sobre a higienização ele informou que durante os 7 anos que morou
na Índia, esta foi a forma que encontrou para seguir comendo cru e vivo.
Mas foi uma decisão para evitar de morrer por infecções graves devido
ao tanto de contaminadas que são todas as águas da Índia. Penso que no
Brasil e países com saneamento básico, esta providência pode ser um
exagêro. Indico este procedimento em caso de catástrofes e águas de
qualidade duvidosa… mas até sair desta condição de risco.
Sobre a extração dos agrotóxicos, sabemos que são sistêmicos, ficam
armazenados em todas as partes da planta, dentro de suas células e
sementes, o que inviabiliza qualquer tratamento efetivo. Na minha
pesquisa o uso do iodo até pode fornecer uma redução de 10-15%, porém
somente em casos de organoclorados, mas a molécula resultante após a
troca do cloro por iodo, não será necessariamente menos tóxica… Ou seja,
este não deve ser o propósito do uso do iodo para tratar alimentos.
Contudo, o Dr. Gabriel, que tem um blog somente sobre assuntos
relacionados ao iodo, trouxe para pauta um ALERTA sobre a grande
deficiência de iodo na população mundial. Ele indicou a reposição com o
consumo de algas amarelas, o que é para nós brasileiros, algo longe de
ser possível e inclusivo. Até porque todos os oceanos estão contaminados
pela radioatividade que vem sendo massivamente liberada, até os dias de
hoje, pelo acidente da Usina Nuclear de Fukushima no Japão…
O texto a seguir foi extraído do ebook O livro Vermelho da Saúde do Renato Dias e
faço alguns comentários ao longo do mesmo, porque ele apresenta uma
forma muito segura, responsa´vel e inclusiva de reposição de iodo. No
rodapé desta página coloco também alguns bons links em inglês, que
devido a sua grande importância, estão sendo traduzidos para os leitores
do Doce Limão…
Por Renato Dias
O Iodo é, sem dúvida, o nutriente menos estudado e compreendido do
corpo humano. O seu uso, como simples elemento para tratar uma doença
específica, ocorreu no início do século XX e foi usado pela primeira vez
para tratar o bócio tireoidiano.
O Iodo é essencial para o metabolismo da tireóide, mamas, mucosa
gástrica e próstata. É também um poderoso eliminador de toxinas do
organismo e modulador do sistema imune.
A sua deficiência está correlacionada com o risco de câncer de mama, próstata, endométrio, ovários, tireóide e estômago.
A tireóide contém apenas 50 mg de iodo, enquanto o corpo humano, como
um todo, armazena em torno de 1.500 mg de Iodo. Toda célula do corpo
humano necessita de iodo e sua concentração é maior no sistema
glandular: mamas, glândulas salivares, parótidas, pâncreas, mucosas
gástricas, próstata, glândulas lacrimais, sendo também usado pelos
glóbulos brancos para promover a defesa do organismo contra infecções.
Segundo o "National Health And Nutrition Examination Survey" (NHANES),
houve uma diminuição superior a 60% na ingestão de iodo nos últimos 30
anos. Hoje, podemos considerar a deficiência de iodo como um problema de
saúde pública em mais de 120 países, pois algo em torno de 72% da
população mundial é afetada por isso. Segundo o Dr. Gabriel Cousens, são
cerca de 96% da população americana.
As mulheres japonesas são as que consomem maior quantidade de iodo
dentre todas as mulheres no mundo. E o Japão tem a mais baixa taxa
mundial de mortalidade perinatal! Os japoneses ingerem 13,8 mg de iodo
marinho/dia, o que corresponde a 92 vezes a dose recomendada no Brasil e
nos Estados Unidos.
A deficiência de iodo leva à formação de cistos que progridem para
nódulos e formam fibroses que podem evoluir para tumores na tireóide,
mamas, útero, ovários e próstata.
Existe na classe médica e na população um medo enorme de se fazer uso
de iodo/iodeto, inorgânico, não radioativo (Iodo 127), dentro de uma
dosagem que é sabido ser segura e eficaz na prevenção e tratamento de
várias patologias. O Dr. Guy Abraham, uma das maiores autoridades
mundiais na suplementação de iodo afirma que: "A Iodofobia médica pode
ter causado mais sofrimento e morte humana que as duas grandes guerras
juntas, deixando de prevenir patologias com doses diárias de iodo
necessárias para a otimização física e da saúde mental".
As duas formas de iodo não radioativo – Iodo (I2) e Iodeto de potássio (KI = sal de iodo) – são usadas diferentemente por diferentes órgãos do corpo humano.
O esôfago, o estômago e a próstata usam Iodo.
A tireóide, glândulas salivares e a pele usam Iodeto.
As mamas usam tanto o Iodo quanto o Iodeto.
A solução de Lugol é constituída de ambas as formas: 1% de Iodo
estabilizado com 2% de Iodeto de potássio. Por isso é a mais conhecida e
receitada pelos profissionais da saúde que não fazem parte dos
iodofóbicos, sendo esta solução muito eficaz na prevenção de inúmeras
doenças.
O Dr. Michael B. Schachter recomenda: "A dose de Iodo para tratamento
ou prevenção em pacientes com insuficiência de Iodo é de 12,5 a 50 mg
diárias. Sendo que 2 gotas de solução de Lugol contêm 12,5 mg de
Iodo/Iodeto.
Sem iodo suficiente, a tireóide não consegue produzir os seus hormônios
em quantidade adequada para uma boa saúde. Esta deficiência de iodo é
responsável pela hipertrofia da tireóide, que começa a crescer na
tentativa de captar mais iodo do corpo. O bócio pode aumentar até o
tamanho de uma laranja ou maior ainda na face anterior do pescoço, por
baixo do queixo. Os distúrbios por deficiência de Iodo são problemas
sérios de saúde, como: bócio, abortos prematuros, retardamento mental,
cretinismo, mal de Parkinson, etc.
Quem toma hormônios tireoidianos precisa fazer suplementação de iodo,
pois o seu consumo será muito maior. Caso contrário, o organismo vai
utilizar o iodo de outras partes do corpo.
O hormônio que estimula a tireóide, tirotrofina ou TSH (Thyroid
Stimulating Hormone) é um estimulador que induz a atividade da tireóide.
O TSH estimula a tireóide a secretar o hormônio tiroxina (T4) que é
convertido em T3, o hormônio ativo que estimula o metabolismo do corpo.
Quando o T4 não é convertido em T3, ocorre o metabolismo basal, ou
hormônio da hibernação, ou T3 reverso, pois altera a quantidade calórica
que o corpo necessita mantendo-se em permanente repouso e a pessoa
engorda.
Segundo o Conselho Internacional para o controle de transtornos de
deficiência de iodo, apenas 74% da população brasileira tem acesso às
quantidades mínimas necessárias para evitar os males da deficiência. A
adição de 20 a 60 mg de iodo/quilo de sal é muito pouco, pois o ideal de
consumo projeta uma adição de 2,5 g/quilo, para um consumo diário de 5
g de sal/dia.
Mas o uso do iodo no sal é algo muito perigoso porque trata todas
as pessoas da mesma forma, com ou sem deficiência, com alto ou baixo
consumo de sal. Ademais, trata-se de uma reposição via oral, forma que
inviabiliza a percepção de continuidade ou não do tratamento… Aliás,
tratamentos caseiros de automedicação via oral são para mim seriamente
irresponsáveis, principalmente quando estamos mechendo com halogênios
(fluor, cloro, iodo, bromo e césio).
Para quem pretende fazer um controle dos níveis de iodo no organismo, é
fácil realizar um simples teste e ver se seu organismo tem iodo
suficiente para garantir a produção de hormônios tireoidianos. Mesmo
aqueles que têm o diagnóstico de Hipotireoidismo e fazem uso de
suplemento oral de hormônios tireoidianos, podem testar seus níveis de
iodo. Níveis insuficientes de iodo podem impedir que os hormônios
tireoidianos sejam funcionais e ativos.
Um teste seguro, responsável e barato de se realizar
Pode-se comprar um vidro de solução de iodo Lugol em farmácias ou drogarias de manipulação*,
sem prescrição médica. O teste da tireóide com iodo de Lugol é um
estudo fácil que você pode fazer e que não necessita de um médico
auxiliando. Utilize um cotonete ou pincel para pintar uma área de uns 10
cm2 em sua barriga ou no tórax. Observe atentamente ao longo
de 24 horas. Se a coloração sair em menos de 24 horas significa que o
iodo foi absorvido pelo corpo e a tireóide está com carência desta
substância. Neste caso você apresenta deficiência de iodo.
(*) Fórmula do Lugol: 1% de IODO (I2) estabilizado com 2% de Iodeto de Potássio (KI) – solução alcoólica.
Sacada de MESTRE
Você pode usar o mesmo sistema do teste para corrigir seus níveis de iodo
Como a deficiência de iodo faz com que a mancha de iodo seja absorvida
rapidamente, você pode começar a "alimentar" seu corpo com o iodo que
ele precisa. Quando a mancha desaparecer reaplique o iodo de Lugol
novamente após 24 horas e continue observando para ver se a área pintada
com a solução desaparece. Gradualmente, assim que seu corpo absorve o
iodo que precisa a mancha da solução levará mais tempo para desaparecer.
Uma vez que ela esteja visível por mais de 24 horas pare o teste, seu
corpo já deve ter absorvido a quantidade de iodo suficiente para ajudar
na produção adequada de hormônio tireoidiano ou para usar como
suplementação de hormônios da glândula em questão.
Achei este método genial porque o corpo informa, com precisão, do
quanto ele precisa e assimila de iodo/iodeto. Uma vez estabilizado o
tratamento diário, fica interrompido por 1 mês, quando se repete para
nova avaliação e reposição.
CUIDADO
Outra opção de uso e correção do iodo no organismo é tomar diariamente 2 gotas de Lugol misturada em um pouco de água.
Esta outra opção não considero tão interessante porque a pessoa não
tem como saber se está realmente com deficiência, se está exagerando na
dosagem, se está saturando o organismo de iodo etc. A pessoa NÃO TEM COMO saber qual a hora de parar…
Outros Cuidados
1. Se você tiver o diagnóstico de hipertireoidismo ou uma tireóide
hiperreativa, NÃO faça ingestão de iodo para realizar testes de função
tireoidiana. Seu corpo já está produzindo mais do que o necessário de
hormônios tireoidianos. Segundo o Dr. Gabriel Cousens não é bem assim.
Ele afirma que a tireóide pode ter ficado hiperativa justo por
deficiência de iodo. Ou seja, há que se avaliar caso a caso e o teste de
pintar o abdômen neste caso pode ser uma grande saída e cura.
2. Há que se avaliar se a pessoa é alérgica ao iodo tópico.
Observação:
O tratamento e teste tópico com iodo de Lugol deve ser repetido em
períodos mensais se você estiver sendo tratado de Hipotireoidismo ou de
tireóide pouco reativa.
Leia também: Consequências da deficiência de Iodo
Iodo na saúde mental e física - inglês
Este é um verdadeiro tratado: The Safe and Effective Implementation of Orthoiodosupplementation In Medical Practice - by Guy E. Abraham, MD
Fonte: Coceição Trucom