Conceição Trucom*
Quem conhece minhas receitas formuladas
para os cuidados com a pele, sabe que sou adepta da cosmética Ayurveda
(vinculada à medicina milenar hindu Ayurvédica), que é 100% fitoterápica
e basicamente pautada em óleos vegetais como excipiente ou mesmo
sinergia terapêutica.
E, um dos motivos é exatamente este: ao
usar somente óleos vegetais e essenciais, não se faz necessário o uso de
aditivos como emulsionantes, espessantes, estabilizantes, etc., como é o
caso da cosmética convencional.
Vejamos agora os aditivos químicos comumente usados em cosméticos e que exigem atenção e cuidado especial do consumidor:
Ureia: é um dos
hidratantes mais usados em cosméticos tanto pela eficácia quando pelo
baixo custo. O que muitos desconhecem é o fato dela ser proibida para
gestantes. O principal motivo dessa restrição é que a ureia penetra
profundamente na pele, podendo inclusive atravessar a placenta e entrar
em contato com o feto em formação, trazendo ao bebê consequências ainda
desconhecidas. Com o objetivo de controlar o uso do componente em
cosméticos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
determinou, em parecer técnico de 2005, que produtos com dosagens de
ureia superiores a 3% da composição total devem ter no rótulo a
observação: “Não utilizar durante a gravidez”. A Anvisa ainda proíbe a
fabricação de cosméticos que contenham em sua composição mais de 10% de
ureia.
Parabenos: de acordo
com estudo da Universidade de Reading, Reino Unido, publicado em 2004 no
Journal of Applied Toxicology, os conservantes parabenos se comportam
como se fossem o estrogênio, hormônio produzido naturalmente pelo
organismo feminino. O mesmo jornal publicou que o uso de parabenos em
produtos cosméticos destinados à área das axilas, como desodorantes,
deve ser reavaliado. Estudos recentes levantaram a hipótese de que o uso
do conservante nessa região pode estar associado ao aumento da
incidência de câncer de mama, o que foi confirmado em teste realizado
recentemente. Os parabenos podem ser identificados nas formulações dos
cosméticos e desodorantes com diversas nomenclaturas: parabens,
Methylparaben, ethylparaben, propylparaben e butylparaben.
Conservantes que liberam formol: diversos
cosméticos utilizam em sua formulação conservantes que produzem e
liberam formol na pele. Além da conhecida toxicidade do formol, estudo
realizado no Departamento de Dermatologia da Universidade de Debrecen
(Hungria), em maio de 2004, revelou que o formol pode contribuir para o
aparecimento de câncer induzido pela radiação ultravioleta do sol. O
consumidor pode se proteger destas substâncias observando cuidadosamente
os rótulos das embalagens, procurando pelas seguintes substâncias:
quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil ureia e DMDM
hidantoína.
Propilenoglicol: é um
componente usado em ampla variedade de cosméticos como diluente de
outras substâncias. Seu uso prolongado pode causar alergias e
irritações. Em 2005, estudo realizado com mais de 45 mil pacientes na
Universidade de Göttingen, Alemanha, confirmou o potencial
sensibilizante do propilenoglicol. A mesma experiência foi feita por
profissionais do Departamento de Dermatologia do Hospital Osaka Red
Cross, Japão, no mesmo ano, confirmando o resultado. Para saber se o seu
produto cosmético contém propilenoglicol na composição, verifique a
palavra propylene glycol no rótulo embalagem.
Óleo mineral e os derivados do petróleo:
os derivados do petróleo, como os óleos minerais, estão presentes na
maioria dos produtos cosméticos devido ao seu baixo custo e suas
propriedades emolientes para a pele. Entretanto, estudos recentes
realizados nos EUA e no Japão associam o uso desses componentes ao
aumento da mortalidade por diversos tipos de câncer, como o de pulmão,
esôfago e estômago, além de leucemia. Isso se deve à presença de um
composto chamado 1,4-dioxano, uma substância cancerígena. Para
identificar a presença desses componentes em seu produto cosmético,
basta procurar no rótulo as palavras paraffin oil e mineral oil.
Benzofenonas e derivados da cânfora:
o filtro solar é artifício que se informa como indispensável para quem
deseja proteger a pele dos danosos raios UV. No entanto, poucas pessoas
conhecem a consequência do uso prolongado de alguns destes componentes
sobre a pele. Pesquisa realizada na Dinamarca, em 2004, apontou a
presença de fotoprotetores no sangue e na urina, indicando que esses
foram absorvidos pelo organismo. Além disso, assim como os parabenos,
esses compostos imitam o hormônio feminino estrogênio. Para maior
segurança, no momento da compra de um fotoprotetor, procure nos rótulos
as palavras benzophenone ou 3-(4-methyl-benzylidene).
Corantes e essências artificiais:
A Comissão Europeia de Empresas e Indústrias Farmacêuticas afirma que
os corantes e as essências podem causar irritações cutâneas. Pessoas com
pré-disposição a alergias devem dar preferência a produtos formulados
sem corantes e com baixo teor de essências, ou que contenham em sua
formulação somente componentes naturais e orgânicos.
Lanolina, ácido sórbico e bronopol:
o lanolin, substância obtida da lã do carneiro e comumente usada em
produtos de beleza como substância emoliente hidratante, o ácido sórbico
(Sorbic acid) e o bronopol também devem ser evitados por alérgicos.
Leia também: Aromaterapia: Problemas de Pele
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Fontes: Maurício
Gaspari Pupo, pesquisador, coordenador de pós-graduação em Cosmetologia
das Faculdades Unicastelo de São Paulo, Unigranrio do Rio de Janeiro e
Metrocamp de Campinas e diretor técnico da Consulfarma Assessoria
Farmacêutica.
Site: www.aromarte.com.br