Fitodermatite é uma
inflamação da pele (dermatite), causada pelo contato do limão e
outros vegetais (fito) com a exposição da luz solar (foto = luz).
O contato pode ocorrer por manuseio ocupacional (barmen, garçons, cozinheiras, etc.) ou recreativo (lazer) à luz solar.
Essa resposta inflamatória é uma reação
fototóxica aos compostos químicos, fotossensibilizantes presentes em
frutas cítricas e vegetais como: limão, tangerina, laranja, lima, figo,
manga e verduras como o aipo, coentro, cenoura, erva-doce, salsa e nabo.
O sumo da casca do
limão é uma causa freqüente e muito comum em garçons que se expõem ao
sol nos bares ao ar livre, após a preparação de sucos ou bebidas com uso
do limão e outros cítricos.
Devido a reação, que acontece sobre a
pele, de substâncias sensíveis aos fótons da luz solar, acontece uma
irritação tóxica que desencadeia uma inflamação (dermatite), além
de estímulo à produção de melanina (manchas).
A erupção geralmente se inicia um dia
após o contato e a exposição à luz solar. Começa com máculas
eritematosas de contornos irregulares e formas bizarras, que evoluem
para lesões hiper-pigmentadas, principalmente nas áreas expostas, como
face, tórax, mãos e pernas.
Ocasionalmente ocorre a formação de
bolhas, que podem sofrer infecção secundária. Pode haver uma sensação de
ardor nas fases iniciais.
Acomete principalmente pessoas de pele
parda ou negra em todas as idades. Podem desenvolver apenas pigmentação
escura maculosa, sem eritema ou lesões bolhosas. As lesões ocorrem
comumente nos meses de verão nas latitudes setentrionais ou durante todo
o ano nos climas tropicais.
A evolução da fitofotodermatite é aguda,
autodelimitada, com regressão espontânea total da hiper-pigmentação
em 4 a 6 semanas, sem deixar cicatriz. Pode haver recidiva em caso de
re-exposição após novo manuseio.
O tratamento praticamente não influência
a evolução natural das manchas. São desnecessários exames
complementares, pois é firmado facilmente se o padrão for reconhecido e a
história detalhada for obtida. Assim, um tratamento especial é
desnecessário nas formas apenas pigmentadas. Pode ser útil o uso de
fotorreceptores, de uso tópico como: cremes de corticóides associados ou
não a antibióticos, principalmente quando houver bolhas na fase aguda.
• O que fazer quando a pele fica manchada?
Geralmente, as áreas mais afetadas pelas
manchas são mãos, braços e lábios. O tamanho das manchas varia de
acordo com a quantidade de suco residual na pele e exposta ao sol. Em
casos mais graves, podem surgir manchas avermelhadas, bolhas, ardência e
coceiras.
O uso de filtro solar ajuda a proteger a
pele se passado antes do manuseio e, se sempre que houver contato com
essas frutas, lavar bem o local com água e sabão pode amenizar o
problema.
Uma vez formadas as manchas por
fitofotomelanose, não há muito que fazer. Elas só vão desaparecer de
forma espontânea e gradativa em 4 a 6 semanas. O importante é não voltar
a manusear estes alimentos se vai se expor ao sol.
Independentemente do tipo de mancha, o
ideal é procurar um dermatologista, que fará o diagnóstico e indicará os
tratamentos mais adequados para o problema. Em pessoas jovens, manchas
como as sardas podem desaparecer sozinhas.
• As manchas podem evoluir para um câncer de pele?
Se as manchas desenvolverem aparência estranha, elas podem ser um alerta
de que o sol causou danos à pele e podem evidenciar um câncer se a
região manchada estiver áspera, com ferimentos e sangrando. As pintas,
que podem evoluir para um câncer, também podem aumentar de tamanho ou
mudar sua forma se forem expostas ao sol. No caso de alteração de
tamanho, textura, cor ou forma de uma mancha, recomenda-se procurar um
médico para um diagnóstico preciso.
Concluindo: a fitofotodermatite não causa câncer, mas tem um aspecto positivo de "denunciar" a presença de um pré-câncer, um câncer ou problema de pele.
Concluindo: a fitofotodermatite não causa câncer, mas tem um aspecto positivo de "denunciar" a presença de um pré-câncer, um câncer ou problema de pele.
FOTOSSENSIBILIZADORES E FOTOPROTETORES
Numerosos medicamentos sistêmicos podem
aumentar suscetibilidade à radiação UV. Aumento dos danos induzidos pelo
UV pode acontecer com o uso de antibióticos orais, anti-hipertensivos,
psoralenos, agentes imunossupressores, anti-inflamatórios não-esteróides
e numerosos outros agentes. Além disto, vários medicamentos tópicos e
substâncias químicas industriais podem aumentar a sensibilidade à luz
solar. Estes incluem psoralenos tópicos e outros agentes
fotossensibilizadores, como o azul de metileno. Existem dois tipo de
fotossensibilização induzida por drogas: a fototoxicidade e a
fotoalergia. Substâncias fototóxicas são capazes de interagir com a
radiação e modificar sua estrutura, causando lesões nas células. As
substâncias que causam fotoalergia podem desencadear uma resposta
imunológica quando expostas ao sol. Até mesmo um protetor solar pode
desencadear uma resposta alérgica, causando eczemas e/ou urticárias. A
tabela abaixo assinala algumas drogas capazes de aumentar a
sensibilidade à radiação UV.
FOTOSSENSIBILIDADE INDUZIDA POR DROGAS
- FOTOTOXICIDADE
(ERITEMA): FUROSEMIDA (diurético), TETRACICLINAS (antibióticos),
VINBLASTINA (quimioterápico) e PSORALENOS (presente em frutas como limão
e tangerina);
- FOTOALERGIA (ECZEMA, URTICÁRIA): TIAZIDAS (diuréticos), FRAGRÂNCIAS (almíscar) e PROTETOR SOLAR à base de PABA (ácido para-amino benzóico).http://www.docelimao.com.br