É bem conhecido que um dos supostos ”sintomas” daqueles que são
autistas ou que estão em algum nível maior dentro do espectro, seriam os
” interesses restritos e obsessivos”.
É interessante quando estamos metaforicamente confortáveis em nossas
cadeiras de praia e analisamos a paisagem de maneira desapaixonada e
baseada em considerações pessoais morais de ”o que é certo e o que não
é”.
Estas pessoas são normais, autistas não. Os interesses dos neurotípicos é muito variado.
Que mundo é esse em que vivemos???
Se estigmatiza toda uma ”condição”, que claramente exibe muitos
traços positivos, diga-se, muito positivos, em prol da suposta
normalidade??Não ser sociável é o mais novo pecado do dogmatismo.
Interesses restritos??
Apenas um assunto já pode nos presentear com muitas descobertas extremamente interessantes. Podemos encontrar grande quantidade de assuntos em um único interesse e poucos assuntos em vários interesses.
É relativo e complexo e não há nada que possa justificar a
padronização da psicologia em relação a esta minúcia deste assunto
específico.
Parece que, necessitam inventar traços ou mostrá-los como
extremamente negativos, para dar suporte à teoria predominantemente
patogênica do Autismo.
Autistas não existem…
O autismo abarca uma enorme variedade de tipos, como não deveria de
ser diferente, afinal, qualquer população apresenta uma variedade
interna de tipos. Aquela que não é internamente variável, ou encontrou a
solução perfeita de sobrevivência coletiva ou é utópica ou já foi
extinta.O mecanismo da seleção natural precisa desta diversidade, se
não, vai selecionar o quê?? Para selecionar, deve selecionar algo de
alguma coisa.
Eu uso o termo ”autistas” apenas como uma maneira de resumir uma
denominação conceitual mais enjoada de ser lida como por exemplo,
conjunto demográfico, variável de indivíduos geograficamente
distribuídos e neurologicamente unidos por algumas semelhanças
fundamentais de funcionalidade e fisiologia cerebral, capacitados por
características cognitivas marcadas por grande variação de qualidades e
deficiências, onde determinadas combinações entre extremos de
funcionamento geral, cognitivo, intelectual, motora etc… podem resultar
tanto na construção de fenótipos que se assemelham a graus de
retardamento mental (muitas vezes, pseudo-retardamento) assim como
também de excepcionalidade.
Portanto, quando eu, você ou qualquer outro interessado no assunto,
falar sobre autistas ou sobre qualquer grupos, abstrações
numérico-demográficas, lembre-se, não estamos nos referindo a uma
população homogênea, aliás, uma população homogênea é artigo bem raro no
mercado, talvez um grupo de clones nos possa representar bem o que isto
deseja indicar.
Portanto, como conclusão, não há suporte racional que sustente um
dos traços mais característicos do Autismo como um sintoma, se ao
compará-lo com outros grupos de ”normais”, não temos a nível individual
uma grande quantidade de interesses diversos como contraste. Não só não
há sustentação de parte da teoria predominantemente patogênica do
Autismo por meio deste pseudo-sintoma, assim como também não é
improvável que seja uma inverdade, partindo de muitos relatos dos
próprios autistas, sobre os seus interesses, quase sempre de tom
intelectual e científica, filosofia, geometria, geografia, história,
política, engenharia, matemática, física, etc… que boa parte da
população se interessa muito mais por causa de possíveis vantagens
financeiras e sociais que a escolaridade pode trazer.
Mesmo que fosse verdade em relação aos supostos ”interesses
obsessivos e restritos”, como eu disse acima, apenas um assunto pode ter
muitas vertentes distintas e portanto julgar que a quantidade de
assuntos é mais importante que a qualidade, é muito estúpido e no
entanto, MUITOS de nossos técnicos de alto qi acreditam nesta idiotice
sem aprofundamento, como a que estou fazendo agora.
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