A saúde hoje está quase sempre associada ao corpo musculoso, que
erroneamente passa a imagem de saúde. Basta digitar saúde e alimentação
no Google e uma quantidade imensa de imagens relacionando alimentos à
corpos esbeltos e bem construídos irão aparecer.
Não quero aqui denegrir a imagem de quem tem um corpo forte e nem
afirmar que não há uma conexão positiva entre músculos e saúde. Afinal,
eu também quero ter uma barriga de tanquinho e um bíceps bem definido.
Contudo, quero lembrar aos leitores que nós não somos apenas músculos
Afinal, o que nós somos? Na minha opinião, nós somos o retrato da nossa
experiência de vida, ou seja, a representação de toda a informação que o
nosso cérebro moldou e molda durante o nosso período de vida. Sendo
assim, você não é só o que você come, você é aquilo que o seu cérebro
vivencia.!!
Dito isso, acredito que nós deveríamos dar uma maior atenção à saúde do
nosso cérebro. Afinal, quem não tem em seu convívio social alguma
pessoa que sofra de doença que afete o cérebro como Alzheimer, demência
senil ou Parkinson.
Todo dia milhares de pessoas em todo mundo são diagnosticadas com
doenças que comprometem à saúde mental e infelizmente este número só
tende a aumentar nas próximas décadas.
Assim, logo nos perguntamos: Será que há modos de proteger ou diminuir a
probabilidade de desenvolver uma doença que afete minha saúde mental? A
resposta para essa pergunta é SIM!!! Vamos pegar como exemplo a doença
de Parkinson.
O que é a doença de Parkinson?
A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais
comum em idosos. Segundo a fundação Michael J. Fox (do ator do famoso
filme dD Volta para o Futuro), 1 em cada 100 pessoas com idade maior que
60 anos possui Parkinson e estes números tendem a aumentar com o
crescimento do envelhecimento da população. Acredita-se que hoje no
mundo 5 milhões de pessoas vivam com Parkinson.
O Parkinson é uma doença progressiva que afeta as células nervosas que
usam uma substância química do cérebro chamada dopamina e ajudam no
controle dos movimentos musculares. A doença ocorre quando as células
nervosas do cérebro que produzem dopamina são destruídas. Sem a
dopamina, as células nervosas dessa parte do cérebro não podem enviar
mensagens corretamente e isso leva à uma perda gradativa da função
motora.
A fraqueza das células-tronco. (Revista FAPESP, 05/2011)
Qual a causa do Parkinson?
A doença de Parkinson ainda não tem uma causa definida. Porém, sabe-se
que os fatores relacionados com o DNA estão envolvidos, especialmente
quando a doença afeta pessoas mais jovens.
O fator ambiental parece também ser importante para a causa da doença.
Um estudo revelou que as pessoas que vivem em zonas rurais e manuseiam
ou tem algum contato diário com agrotóxicos tem um risco 75% maior de
desenvolver a doença. Ou seja, apesar da causa ainda não ter sido
descoberta, as pistas nos indicam que o ambiente, além de uma possível
predisposição genética, pode aumentar nossa chance de vir a desenvolver
Parkinson.
Como me proteger ?
Segundo Hipócrates, o pai da medicina, não há melhor remédio que uma
boa alimentação. Então, quais dicas alimentares podemos seguir para nos
proteger contra essa doença?
Tenha uma alimentação balanceada e não exagere.
A literatura científica está cheia de evidências de um efeito positivo
da redução da ingestão calórica sobre o envelhecimento e doenças que
afetam o cérebro.
Os resultados de diferentes estudos mostram de maneira uniforme, uma
associação significativamente positiva entre o menor consumo de calórias
e o risco para desenvolver doenças neurodegenerativas como Alzheimer,
doença de Huntington e a DP.
Com base na associação de maior ingestão calórica e a manifestação de
doenças ou uma maior progressão das doenças neurodegenerativas,
estima-se que 1,600-2,200 calorias são o necessário para uma saúde
física e mental dita como ótima. Mas lembre-se, esta estimativa de
1600-2200 cal. é voltada para um grupo populacional!!!
Quero que você tenha em mente que cada pessoa necessita de um aporte
calórico diferente, por isso a importância de se consultar com um
nutricionista para discutir estratégias para adequar suas calorias às
suas necessidades diárias o que irá contribuir para uma melhora na sua
alimentação e qualidade de vida.
Diminua o Açúcar
Há hipóteses que relatam uma influência negativa de uma dieta com alta ingestão de açúcar e o risco para a DP.
Esta teoria tem sido confirmada segundo estudo que avaliou 8.006
indivíduos na faixa etária entre 45-68 anos. Depois de 30 anos de
acompanhamento, o estudo relatou que os indivíduos que desenvolveram a
DP consumiram significativamente mais alimentos com alto teor em açúcar
que o resto da população estudada. Ou seja, evite alimentos ricos em
açúcar e que possuam a capacidade de aumentar rapidamente o nível de
açúcar em seu organismo, como por exemplo: Refrigerantes, doces e
refinados (dê preferencia aos alimentos integrais).
Consuma Gorduras Boas.
Os dados hoje disponíveis indicam que gorduras como o ômega-3 exercem
um efeito benéfico para o cérebro. Esta propriedade parece valer também
para um menor risco para a DP.
A questão pertinente sobre se as gorduras insaturadas (como o ômega-3)
podem proteger contra a DP foi investigada em um grande estudo conduzido
em Rotterdam na Holanda (com 5.289 indivíduos). Eles concluíram que
pessoas que consumiam uma dieta com maior quantidade de gorduras
insaturadas possuíam um risco significativamente menor em desenvolver a
DP.
A pesquisa atual concentra-se especificamente sobre o ácido
docosa-hexaenóico (DHA), uma gordura da família do ômega-3. O DHA é um
fator essencial para o crescimento e desenvolvimento do cérebro, além de
possuir potencial anti-inflamatório. Assim, o DHA parece proteger as
células nervosas que utilizam dopamina contra os agentes nocivos.
Fonte de alimentos ricos em ômega-3 e DHA: sementes oleaginosas em
geral (ex: noze; avelã; castanhas..), salmão, atum, cavala e sardinha.
“Alimentos mágicos”
Apesar de diversas teorias interessantes sobre a eficácia de vários
suplementos ou fatores dietéticos em nos proteger contra a DP, falta-nos
respostas baseadas em evidências concretas e definitivas. Algumas
terapias têm sido estudadas apenas em laboratório e poucos testes em
humanos foram feitos, e a maioria tem produzido resultados não muito
satisfatórios.
Contudo, há alimentos que parecem ajudar na prevenção contra esta
doença, podemos incluir nesta lista o café (vários estudos populacionais
têm sugerido que o café pode proteger contra o Parkinson, especialmente
em homens); chá verde; uma variedade de frutas e legumes; e alimentos
ricos em vitamina E , tais como germe de trigo; nozes e sementes.
Há algum alimento contra indicado?
Ao longo dos diversos estudos que obtive contato, o leite parece ter
uma relação com uma maior probabilidade em desenvolver a doença
(especialmente em homens). Entretanto, os autores do estudo alegam que
provavelmente esta relação esteja envolvido com os processos de
industrialização do produto.
Sendo assim, devemos evitar os produtos altamente industrializados.
Quantas vezes aqui no Brasil não escutamos reportagens alegando fraudes
no processo de industrialização dos alimentos, em especial do leite?
Tente incluir em seu cardápio os produtos orgânicos, pois como relatado
previamente neste post, pessoas que vivem em zonas rurais e manuseiam ou
possuem algum contato diário com agrotóxicos tem um risco 75% maior de
desenvolver a DP. Isso indica que o consumo de alimentos que contenham
uma grande quantidade de agrotóxicos como; abacaxi, alface, morango,
pimentão, pepino, mamão, cenoura, uva (ANVISA 2011-2012) pode, de certa
forma, contribuir para uma maior probabilidade em desenvolver Parkinson.
Pense orgânico!!!!
Outra dica valiosa
Faça exercício físico regularmente, pois uma revisão dos dados da
Sociedade Americana de Câncer constatou que a prática de exercício
físico diminuiu o risco para Parkinson em 40%.
Escrito por Bruno Araújo
Referências:
Kones R. Parkinson’s disease: mitochondrial molecular pathology, inflammation, statins, and therapeutic neuroprotective nutrition. Nutr Clin Pract; 25(4):371-89, 2010.
Chen H1, Zhang SM, Hernán MA, Willett WC, Ascherio A. Diet and Parkinson’s disease: a potential role of dairy products in men. Ann Neurol; 52(6):793-801, 2002.
Park M1, Ross GW, Petrovitch H, White LR, Masaki KH, Nelson JS, Tanner CM, Curb JD, Blanchette PL, Abbott RD. Consumption of milk and calcium in midlife and the future risk of Parkinson disease. Neurology; 64(6):1047-51 2005.
Gaenslen A1, Gasser T, Berg D. Nutrition and the risk for Parkinson’s disease: review of the literature. J Neural Transm; 115(5):703-13, 2008.
Kones R. Parkinson’s disease: mitochondrial molecular pathology, inflammation, statins, and therapeutic neuroprotective nutrition. Nutr Clin Pract; 25(4):371-89, 2010.
Chen H1, Zhang SM, Hernán MA, Willett WC, Ascherio A. Diet and Parkinson’s disease: a potential role of dairy products in men. Ann Neurol; 52(6):793-801, 2002.
Park M1, Ross GW, Petrovitch H, White LR, Masaki KH, Nelson JS, Tanner CM, Curb JD, Blanchette PL, Abbott RD. Consumption of milk and calcium in midlife and the future risk of Parkinson disease. Neurology; 64(6):1047-51 2005.
Gaenslen A1, Gasser T, Berg D. Nutrition and the risk for Parkinson’s disease: review of the literature. J Neural Transm; 115(5):703-13, 2008.
A fraqueza das células-tronco:http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/05/24/a-fraqueza-das-c%C3%A9l…
Laissa Soares
O Instituto Nacional Vida Saudável acredita que só é possível viver
de verdade com saúde plena. Por isso abrimos a cortina divulgando
informações atualizadas, corroboradas por pesquisas e profissionais
isentos sobre o que realmente influencia sua saúde. As informações
trazidas aqui não são orientações médicas definitivas. Nada é
definitivo. Por isso te convido a testar e descobrir o que funciona pra
você! Não concorda? Põe em prática, analise e volta aqui para dividir! O
seu corpo é ÚNICO e está sempre falando com você. Só você é capaz de
ouvi-lo e perceber o que REALMENTE FUNCIONA pra si.