COSMÉTICOS – SERÁ QUE VOCÊ SABE O QUE PASSA EM SUA PELE TODOS OS DIAS?

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Bem amigos, resolvi escrever sobre este assunto, pois tenho grande preocupação acerca de tudo o que de rotina literalmente “colocamos para dentro” do nosso corpo diariamente, desde alimentos até os cremes que compramos nas farmácias. Sim, você leu certo, cremes cosméticos, inclusive os protetores solares que são comercializados, praticamente TODOS possuem substâncias que não deveriam, mas são absorvidas pelo corpo humano e portanto, se forem danosas são capazes de provocar uma infinidade de alterações em nosso organismo. Não estou dizendo que não devemos usar, mas que você deveria prestar mais atenção nestes detalhes importantes para pelo menos fazer as escolhas corretas. Eu sou um pouco mais prático no que diz respeito a este assunto: ou estudo o que realmente contém nas formulações dos cosméticos, ou não aplico em mim e principalmente não indico aos meus pacientes. E não tenho dúvidas de que se cada médico que trata de estética, se conscientizasse disso, conseguiríamos diminuir boa parte das doenças que são de fato ativadas diariamente por elementos tóxicos.
O público em geral não tem tanto acesso (note que digo “tanto”, pois com a internet atualmente só não tem a informação quem não busca), mas nós profissionais de saúde temos e é nossa obrigação estudar constantemente. Ninguém mandou escolher a medicina meu colega rs… Bom, vou trazer a vocês uma reportagem que obviamente não teve o devido destaque, uma vez que a indústria dos cosméticos é um dos segmentos que mais crescem no mundo e naturalmente um dos que mais realizam propagandas, financiando nossos meios de comunicação. Nada tenho contra este mercado, mas se não fizermos esta reflexão, não conseguiremos entender o porque destas questões altamente importantes para a saúde das pessoas não terem a repercussão que deveriam ter. Primeiramente, é fundamental que você saiba que nem tudo que é natural é bom, e nem tudo que é sintético é também ruim. Deixa eu exemplificar para que você entenda de vez esta questão e não deixe se enganar por este artifício tão utilizado. O veneno de cobra é natural, mas pode matar não é mesmo? Por outro lado, toda manipulação de hormônios bioidênticos, produzidos identicamente, exatamente como a combinação molecular estrutural dos hormônios que nosso corpo produz naturalmente, são sintéticos, mas não trazem malefícios se bem indicados obviamente. Bom, mas já que estes hormônios fazem parte de uma das ciências mais avançadas da medicina hoje em dia, que se chama Antiaging Medicine, a qual estudo e me dedico também, vamos dar outro exemplo mais simples. Vitamina C, tão vendida e que com certeza, algum dia você já deve ter tomado em cápsulas, ou pensado em tomar. Pois então, as vendidas em farmácias são sintéticas, ou seja, produzidas em laboratório através de tecnologia que faz um composto químico exatamente igual ao da própria vitamina encontrada em diversos alimentos, mas fazem bem ao corpo quando bem indicadas e inclusive por ser um nutriente encontrado na natureza, não pode ser patenteado e qualquer laboratório que tenha capacidade de produzi-la está autorizado. Só acho aí também interessante chamar atenção para algo que você nunca deve ter pensado. Já que o que existe na natureza pode ser produzido, mas não pode ser patenteado, dificilmente veremos uma Vitamina C por exemplo, sendo produzida e comercializada pelas grandes indústrias farmacêuticas, pois isso não dá dinheiro! Para estas, a busca é sempre por drogas que podem ser patenteadas e então comercializadas exclusivamente por anos. Esta é a fonte do enriquecimento! (ainda escreverei um pouco mais sobre isto focando nas reposições hormonais, aí você entenderá tudo que aconteceu e ainda acontece com este tipo de terapêutica infelizmente tão controversa devido unicamente ao desconhecimento do profissional que a utiliza de maneira inadequada).
Mas vamos então aos cosméticos: em suma, nem sempre o que o marketing vende corresponde à realidade; saiba o que vai dentro dos cosméticos.

DANAE STEPHAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A indústria brasileira descobriu há alguns anos o poder que o apelo natural exerce sobre a venda de cosméticos. A busca por produtos menos agressivos ao organismo e ao ambiente é uma tendência mundial, e seria de se esperar que o Brasil, com sua biodiversidade, fizesse parte desse movimento. O problema é que, enquanto nos países desenvolvidos esse crescimento se dá por marcas certificadas, muitas orgânicas, por aqui o que mais se vê nas prateleiras são falsos naturais: têm rótulos apelativos, embalagens recicláveis, nomes sugestivos e até ingredientes da Amazônia. Já as fórmulas pouco diferem das convencionais. Mesmo que contenham os ativos descritos nas embalagens (os extratos de açaí, cupuaçu e pitanga são os da moda), isso não significa que eles sejam naturais. As concentrações de óleos essenciais e extratos naturais são normalmente muito baixas, e o restante da fórmula inclui corantes, conservantes e outros ingredientes que impossibilitam sua classificação como natural. Isso quando o “contém frutas vermelhas” do rótulo não se refere ao aroma artificial das frutas, e não ao extrato natural”, diz Fernando Lima, dono da Florestas, marca nacional de cosméticos orgânicos. Estudos alertam sobre a periculosidade de determinadas substâncias largamente usadas em cosméticos. Os mais polêmicos hoje são os PARABENOS, o TRICLOSAN e o LAURIL SULFATO DE SÓDIO. O óleo mineral, derivado do petróleo, já esteve na berlinda, mas como as pesquisas nada concluíram, continua sendo usado em óleos de banho e hidratantes, inclusive infantis.
O primeiro especialista a levantar os riscos dessas substâncias foi o médico Samuel Epstein, no livro “Unreasonable Risk” (inédito no Brasil). Ele considera os parabenos, por exemplo, carcinogênicos escondidos. Ou seja, “não provocam câncer, mas estimulam uma divisão celular anômala em indivíduos com predisposição a desenvolver a doença”, diz a engenheira química especializada em cosmetologia Sonia Corazza. As pesquisas na área são esporádicas, e muitos componentes nunca foram estudados a fundo. Outros foram testados em animais, com resultados preocupantes, mas não em humanos. Outros estudos ainda relacionam certas substâncias ao câncer ou a má-formação fetal, mas se usados em doses muito maiores do que a encontrada em cosméticos.
Para fabricantes, isso prova a segurança dos produtos. Para os ativistas, a ciência está desconsiderando um fato importante: eles são usados diariamente, e em grandes quantidades. “Uma pessoa normal usa no mínimo dez cosméticos todos os dias”, afirma o professor de cosmetologia Mauricio Pupo, formado pela PUC-Campinas. “Ninguém sabe ao certo o que essa exposição diária pode causar”. Os cosméticos que ficam em contato com a pele são ainda mais preocupantes. “Depois de oito horas, 60% dos parabenos são absorvidos. Se o hidratante contiver uréia, essa absorção é potencializada”, diz. Mesmo substâncias reconhecidamente seguras, como o dióxido de titânio (um filtro solar físico), não estão livres de problemas. “Ele é extremamente tóxico, mas, como é usado superficialmente, não representa perigo. Porém, com a nanotecnologia, ele é reduzido a um tamanho que permite sua absorção pela pele”, diz Sonia Corazza. “Na dúvida, prefiro os feitos à base de óxido de zinco.” Eu já faço diferente, manipulo SEMPRE e coloco exatamente o que conheço e sei que não poderá me prejudicar. Aliás, não prejudicará a mim, minha família e meus pacientes!

ESTÁ TUDO NO RÓTULO

Veja quais são os ingredientes mais polêmicos presentes nas fórmulas, e por que evitá-los:
Parabenos- conservantes usados em mais de 90% dos cosméticos. São quatro os mais comuns: butil, etil, metil e propilparabeno. Além de serem altamente alergenos, apresentam propriedades estrogênicas, ou seja, se comportam como um hormônio feminino. Estudos os associam ao aumento de câncer de mama.
Lauril sulfato de sódio- principal componente de xampus, causa irritação na pele e tende a ser contaminado com 1,4-dioxane, um provável carcinogênico. Também aumenta a absorção de outras substâncias.
Triclosan- bacteriostático usado em desodorantes, enxaguantes bucais e alguns sabonetes íntimos femininos. Está sendo apontado como um carcinogênico escondido. Ou seja, pode aumentar a probabilidade de uma pessoa pré-disposta desenvolver câncer.
Óleo mineral- a exposição a altos níveis de óleo mineral em indústrias está relacionada a doenças de pele como eczemas, acne e dermatite, além do desenvolvimento de cânceres no caso de exposição respiratória. Em cosméticos, são usados em concentrações muito menores, por isso são considerados seguros. Aumentam o risco de reações alérgicas.
Uréia- um dos hidratantes mais utilizados em cosméticos, não é indicado para gestantes, porque atravessa a placenta.Todos os produtos com concentração maior do que 3% do ativo devem conter um alerta às gestantes.
Diazolidinyl urea- conservante usado em cremes e xampus doador de formol, substância potencialmente cancerígena.

QUEM É QUEM

Nem todo natural é orgânico, e nem todo orgânico é hipoalergênico. Conheça as diferenças:
Naturais - são compostos basicamente por óleos essenciais e extratos naturais. Não podem ter conservantes artificiais, óleo mineral, parabenos ou qualquer substância sintética.
Orgânicos - precisam ter o selo de uma certificadora. A Ecocert é bastante rigorosa e tem boa aceitação no exterior. Para conseguir a certificação, os cosméticos têm que ter pelo menos 95% de ingredientes orgânicos.
Hipoalergênico- é comum achar que cosméticos naturais provocam menos alergias, mas isso não é verdade. Entre as cerca de cem substâncias mais alergenas e irritantes, várias são naturais. É o caso dos óleos de bergamota, citronela e coco e até da manteiga de cacau. Os hipoalergênicos passam por testes mais rigorosos e não contêm substâncias reconhecidamente alergenas e irritantes, como os parabenos e o propilenoglicol.
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(*) Reportagem da Folha de São Paulo de 25 de outubro de 2008. Cabe lembrar que essas questões não nenhum pouco novas. As questões ligadas à segurança dos cosméticos em função de um grande número de produtos químicos artificiais já é alvo de preocupação há vários anos na Europa principalmente. O emprego, por exemplo, de xeno-estrogênios (produtos que tem ação semelhante aos hormônios femininos já é de preocupação e ações de controle em muitos países. O Canadá por exemplo, baniu as mamadeiras de plásticos. Muitos brinquedos produzidos com plásticos estão proibidos na Europa, (só para citar dois exemplos).
Sobre o problema com os cosméticos em geral conheça o site: http://www.nottoopretty.org/
Resumindo, se você que está lendo é médico e trabalha com estética, muito cuidado ao receitar cosméticos aos seus pacientes. É preferível não receitar nada a estar lhe causando males à saúde! Se você não é médico, procure um profissional para lhe orientar, pois o que plantamos hoje, colhemos com toda certeza em nosso futuro. Tenho convicção de que o aumento do câncer e de todas as doenças degenerativas é multifatorial e absolutamente evitável, basta que façamos um esforço mínimo e que tenhamos conscientização de que nós somos os responsáveis diretos pelo que apresentaremos em nosso futuro. Não adianta buscar tratamentos para a doença, porque muitas não têm solução definitiva. Devemos e temos como evitar e esta decisão está literalmente em nossas mãos.
 

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